sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Lisboa ao rubro

Que pena que eu tenho de não estar em Lisboa para assistir in loco à azáfama que por aí vai, com Kadhafi na sua tenda em São Julião, a publicar notícias, a proferir conferências e a exigir que os colonizadores paguem indemnizações, com o Greenpeace a invadir a Torre Vasco da Gama em protesto contra a desflorestação em África, e Sócrates a classificar Lisboa como a cidade mais africana da UE (mas em alusão à cimeira ou à quantidade de africanos que vivem em Lisboa? Não sei não, mas Paris parece-me ter bem mais africanos), promete um fim-de-semana fantástico, e ainda só é é sexta-feira.

Para já, o meu destaque vai para a afirmação do PM de que «Kadhafi é um líder carismático».

Duvido que em engenharia na Independente estudem Weber, mas quem sabe um pouco destas coisas conhece uma das distinções mais básicas da teoria política quanto à legitimidade dos líderes, que pode ser de natureza legal/racional, tradicional ou carismática.

Não vou explicar as demais, até porque o que nos importa é a legitimidade carismática. Essa é baseada num elemento transcendente, ligado ao sobrenatural ou ao religioso. Assim são considerados líderes como o Dalai Lama ou Ghandi. Ou até fenómenos como Elvis Presley. Ou a Rainha de Inglaterra, que possui os três tipos de legitimidade. E, imagine-se, até Adolf Hitler (dou prémio para quem souber qual o elemento transcendente ligado à sua legitimidade carismática). Posso ser eu que sou muito ignorante, mas alguém me sabe explicar o que é que Kadhafi tem de carismático?

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