segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Periferias ao centrão em convulsões

Enquanto Louçã se perde em acusações de carácter demagogo com laivos que vão demonstrando a desorientação vivida por uma organização que só desde há algum tempo a esta parte se tornou realmente um partido na actual conjuntura, perdendo portanto grande parte do seu fulgor ideológico, assisto com curiosidade à formação do Movimento Mérito e Sociedade.

Eduardo Correia, professor de marketing do ISCTE, parece-me colocar-se naquilo a que se pode chamar a ideologia da governance. O rejeitar dos rótulos esquerda e direita em prol de um bem e interesse comum embora seja de assinalar, sendo uma tentativa de se colocar acima de ideologias e rótulos padronizados, carece de uma análise politológica à luz das definições de partidos de Duverger e Kircheimer.

É que para todos os efeitos, em termos práticos, PS e PSD também não se enquadram nessas mesmas noções, daí que a conotação de centristas em centro-esquerda ou centro-direita, que passa tão despercebida, seja por demais importante. No essencial, em pouco ou nada divergem. No acessório, é simples demagogia para entreter multidões. O centro é a governance. E a governance faz-se pelo marketing político. E o centro é demasiado forte para permitir a ascensão de periferias (a lembrar um pouco a teoria dependentista).

Resta aguardar para verificar se têm razão alguns politólogos que vão dizendo que não há espaço no espectro político português para mais partidos.
E por falar em movimentos, o que é feito do movimento de Manuel Alegre? Aos mais curiosos, cliquem no link Movimento Já que se encontra no site de Manuel Alegre. Será que o Movimento Já se tornou uma dating service agency?

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